Pense em uma pessoa expert em criar expectativas. Muito prazer, esta sou eu. Crio expectativas em relação aos meus filhos, marido, trabalho, amigos e até sobre situações. Perco horas preciosas da minha vida idealizando cenários e comportamentos que considero adequados, corretos e justos. Tive uma virada de ano novo absolutamente decepcionante, exatamente por ter feito várias projeções. A principal consequência de viver assim é a frustração. Pareço uma criança que se debate quando os pais dizem "não". Esbravejo, choro e as coisas continuam exatamente iguais.
Entender que ninguém existe para me atender ou fazer o que quero é lição duríssima, pois leva à autorresponsabilidade. Responsabilizar-me por minhas projeções aceitando que a vida acontece independente de mim, que há um curso que não posso controlar e que cada pessoa está fazendo aquilo que pode, é um grande desafio. Se eu quero que as pessoas ajam de uma maneira diferente comigo, preciso impor limites com clareza e firmeza, sem titubear, afinal, cada vez que permito que alguém me atravesse, a responsabilidade é minha. Se as situações se repetem, a responsabilidade é minha. Não dá pra cobrar ou culpar os outros pelo que permiti que acontecesse.
Já escolhi, desta vez sem criar expectativas, que o meu propósito para 2021 será viver no agora, deixando as situações fluírem, as emoções aflorarem e tendo cada vez mais consciência de mim mesma, pois sou a única pessoa a quem posso mudar. Feliz ano novo!
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